AGENDA EM CUIABÁ
Com um discurso pronto, de ser o melhor nome para disputar a Presidência da República representando a tão propagada terceira via, – uma opção aos eleitores que rechaçam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) -, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) esteve em Cuiabá debatendo sobre política com o prefeito Emanuel Pinheiro, também do MDB. Ela ainda tratou de assuntos de governo com o chefe do Palácio Paiaguás, Mauro Mendes (União).
Tebet garantiu já ter 80% do diretório ao seu lado, sinalizando que não vai recuar de seu projeto, mesmo com críticas vindas da correligionária Janaina Riva, que entende ser inviável uma candidatura do MDB para a Presidência. Na avaliação da deputada estadual, a candidatura de Simone Tebet, caso seja viabilizada, poderia prejudicar a composição de chapas para as disputas ao Legislativo Estadual e também para a Câmara dos Deputados.
Tebet garantiu que não haverá problemas caso o Diretório Estadual do MDB em Mato Grosso, venha a subir no palanque à reeleição do governador Mauro Mendes, que por sua vez já afirmou publicamente ser favorável à reeleição de Bolsonaro.
Sobre o posicionamento da deputada Janaina Riva, de ser inviável uma candidatura do MDB ao Palácio do Planalto, a senadora afirmou que as críticas fazem parte do processo democrático. “Democracia é isso, estamos falando do partido que tem o maior número de prefeitos e vereadores, é natural que nós não tenhamos a unanimidade, mas nós vamos ter a unidade do partido na convenção. Nós temos pelo menos 80% do diretório conosco, temos que respeitar”, disse.
“Respeito a deputada Janaina, uma valorosa companheira, tenho um carinho especial pelo senador Wellington e tenho certeza que nós vamos construir. Só não podemos esquecer da frase célere de Ulisses Guimarães: o partido que não se apresenta ao Brasil é um partido fadado ao esquecimento”, ponderou a senadora
MEA CULPA
Tebet também exemplificou que região Nordeste, onde o MDB tem perdido espaço, a legenda não é composta por apenas dois nomes. “O que fez com que o MDB diminuísse no Nordeste não foi isso. Vamos lembrar que precisamos fazer uma mea culpa e nós fazemos, que o MDB tem esteve envolvido no escândalo do petrolão. O que diminui um partido não é o fato de se ter candidatura própria, é o contrário. Legenda é legenda, o número é sempre lembrado e nos momentos mais importantes de conflito, o MDB nunca faltou ao Brasil e não vai ser nesse momento que vai se acovardar”, afirmou.
Na semana passada, Simone Tebet foi escolhida em conjunto, pelos partidos do PSDB, Cidadania e MDB para fazer frente a chamada terceira via, mas as executivas nacionais dos partidos ainda precisam se reunir separadamente para oficializar o nome da senadora à Presidência. No encontro em Cuiabá, ela reafirmou que o partido vai disputar a Presidência de República. “O MDB terá candidatura própria, não tenho dúvida, tenho confiança nisso, conversei com todos e a gente sempre fala das exceções e a dúvida da regra, 80% do diretório do MDB já disse que vota dentro do partido estão conosco, a exemplo aqui, que estamos falando. E agora mais do que nunca. É natural”, .
Tebet deixou claro que sua ideia é somar e não prejudicar a legenda. “Não iriamos com uma candidatura até o final se fosse pra dividir”, relatou a senadora, ao citar alguns nomes que se apresentavam como pré-candidatos, mas já desistiram, a exemplo do ex-juiz federal Sérgio Moro, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Chegamos no final com duas pré-candidaturas, a minha e a do ex-governador João Doria . Agora é outro processo, de dialogar, de conversar aqueles colegas e personalidades da classe política que até então não acreditavam nesse projeto”.
PALANQUE DIVIDIDO
Em Mato Grosso, a tendência é que o MDB esteja no grupo do governador Mauro Mendes que já disse ser apoiador da reeleição de Jair Bolsonaro. “Democracia é isso e nunca foi diferente, estamos diante de uma disputa muito polarizada, aliás temos que falar tanto de Lula e Bolsonaro e falar de Brasil, do Brasil real. Vamos falar dos brasileiros que são muito mais importantes, depois a classe política, vamos falar de tudo que o Brasil precisa, da fome, da miséria, da inflação”, comentou a presidenciável.
Conforme Simone Tebet, dentro do processo democrático haverá Estados com palanques divididos, e o partido vai respeitar as questões regionais. “O MDB é um partido municipalista, regional, sempre foi assim e não vai ser diferente dessa vez. Estou extremamente otimista, não temos hoje a unanimidade, mas teremos a unidade do partido nas convenções de junho”, pontuou a pré-canditada.
Nesse contexto, ela garantiu que o MDB dá autonomia aos diretórios regionais, ratificando e homologando as decisões de alianças locais considerando as peculiaridades em cada Estado. Dessa forma, ficará a cargo do Diretório Estadual do partido, sob comando do deputado federal Carlos Bezerra, a decisão de apoiar a reeleição de Mauro Mendes.